1° momento:
Peça aos alunos que escrevam um parágrafo respondendo as seguintes questões:
- Você gosta de poesia? Por quê?
- O que é poesia?
Abra uma plenária para que a classe leia suas respostas. (É importante que os alunos leiam e não apenas digam suas respostas. Esse exercício exige do aluno que ele seja cuidadoso em sua redação).
Durante essa plenária solicite a um aluno que registre as principais justificativas por gostar e por não gostar de poesia. Coloque o vídeo para a classe assistir na íntegra
2° momento:
Assista novamente ao vídeo dividindo-o em partes:
parte 1 - início até 50"
Nessa parte há a leitura da parte de um poema de Carlito Azevedo http://rodrigo-madeira.blogspot.com.br/2012/05/carlito-azevedo.html, Entregue uma cópia da poesia aos alunos e discuta o entendimento do texto com eles.
III
A ideia é não ceder à tentação
de escrever o poema desse não-
lugar, desse círculo congelado
sem vasos comunicantes, fechado
em si, em sua pose, sua espera,
a ideia é alcançar a outra esfera,
não aquela onde tudo flui tão lento,
nem a outra, comum no movimento,
mas a última, a roda da vertigem
(esteja ela no fim ou na origem),
a ideia é pôr as duas mãos no centro
nervoso do delírio (aquele vento
na praça), para que a palavra ativa
congele a vida, como sói, mas viva
mesmo ferida da paralisia,
fluxo paralisado, a poesia.
3° momento:
parte 2 - início até 50"
Nessa parte os autores apresentam conceitos de poesia, sob a visão de cada um. Solicite que revejam a resposta ao questionamento do início da aula e reescrevam o conceito de poesia.
Peça que ao final, os alunos que desejarem, leiam o que escreveram para toda a turma.
4° momento:
parte 3 - início até 50"
Antes de soltar essa parte, lance a pergunta para o grupo: por que as pessoas não apreciam a poesia?
Coloque o vídeo e peça aos alunos que ao final escrevam um parágrafo respondendo a esse questionamento.
Paulo Henriques Britto: 19 de janeiro
Até esta chegar às suas mãos
eu já devo ter cruzado a fronteira.
Entregue por favor aos meus irmãos
os livros da segunda prateleira,
e àquela moça - a dos "quatorze dígitos" -
o embrulho que ficou com teu amigo.
Eu lavei com cuidado o disco rígido.
Os disquetes back-up estão comigo.
Até mais. Heroísmo não é a minha.
A barra pesou. Desculpe o mau jeito.
Levei tudo que coube na viatura,
mas deixei um revólver na cozinha,
com uma bala. Destrua este soneto
imediatamente após a leitura.
5° momento:
parte 4 - início até 50"
Essa parte servirá como motivação para o trabalho final da aula: a criação de um poema.
Coloque o vídeo. Nela é feita a declamação dos 3 poemas disponíveis abaixo, que devem estar impressos para os alunos acompanharem.
Pneumotórax - Manuel Bandeira
Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
- Respire.
............................................................................................................
- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Guardar - Antônio Cícero
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
Do que um pássaro sem voos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
Pensamento - Arnaldo Antunes
Pensamento que vem de fora
e pensa que vem de dentro,
pensamento que expectora
o que no meu peito penso.
Pensamento a mil por hora,
tormento a todo momento.
Por que é que eu penso agora
sem o meu consentimento?
Se tudo que comemora
tem o seu impedimento,
se tudo aquilo que chora
cresce com o seu fermento
pensamento, dê o fora,
saia do meu pensamento.
Pensamento, vá embora,
desapareça no vento.
E não jogarei sementes
em cima do seu cimento.
6° momento:
Faça um levantamento com os alunos das características do gênero poesia, para isso pode solicitar que eles realizem uma pesquisa sobre, e após esse momento, solicite aos alunos que, em grupos ou individualmente, produzam poesias.
Publique-as em um blog e/ou produza um livro com as poesias mais votadas.