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Nosso filme em questão tem um jeitinho brasileiro que é só nosso!


Plano de Aula do Filme Negócio Fechado | Ficção | De Rodrigo Costa | 2001 | 15 min |


O curta Negócio Fechado fala de um jogo de compra e venda, sendo que o lucro tem a ver com ganhar o embate. São duas posições contrárias que se enamoram, mas ao mesmo tempo tratam a mercadoria como uvas verdes. Como na fábula, desdenhar é uma estratégia. Essa forma de "barganhar" é a marca de um contexto. Rompendo a fronteira espaço-temporal, retrata muito mais um estilo. De forma bem humorada a história vai se desenrolando e convidando-nos a querer conhecer o desfecho.
O contexto da história é uma fazenda e constitui uma das possibilidades de discussão com os alunos.
O quanto precisamos aprender a viver e conviver harmoniosamente com a diversidade cultural. Vivemos em um país que possui uma riqueza cultural ímpar. Do Nordeste ao Centro-oeste, do Sul ao Sudeste, há tanta coisa bonita a ser
compartilhada e, principalmente, preservada, estimulada. Precisamos formar cidadãos que usufruam destas riquezas.
Negócio fechado, nosso filme em questão, tem um jeitinho brasileiro, que é só nosso! O que poderia ser simplesmente uma venda é transformado em um modo de vida.
Os personagens representam elementos de uma cultura brasileira diferente da sociedade consumista em que estamos inseridos. Esse é outro ponto a ser debatido com os alunos: que sociedade é esta competitiva, exaustiva, onde vivemos em nome do mundo dos negócios? Com os adolescentes, que adentrarão o mundo do trabalho, e que necessitam desenvolver atitudes empreendedoras é fundamental discutir sobre essas relações.
O filme discutido traz uma linha de atuação totalmente diferente, nele vender e comprar é uma arte. Arte, que como a diversidade cultural precisa ser compreendida e discutida em sala de aula. No filme, desde a própria situação de compra e venda até o linguajar dos personagens, tudo
pode ser elemento de estudo, pois há múltiplas possibilidades, nas diversas áreas do conhecimento,, partindo do assunto "Diversidade".
Considerando a necessidade de se repensar a forma como trabalhamos a questão da ortografia, escolherei a diferença entre a linguagem coloquial e linguagem falada como sugestão de trabalho a partir da apreciação desse curta.
Preparem-se pra visitar a fazenda do compadre, o café no fogão e o pão no forno nos aguardam. Sejam bem vindos!




Objetivos
 Saber diferenciar e valorizar a linguagem oral da linguagem formal.
 Perceber diferenças na fala de pessoas de outras regiões ou de outras épocas.
 Identificar em um texto ou fragmento de texto lido ou ouvido, as características próprias da fala de determinada região, ou grupo social.
 Demonstrar respeito diante das colocações de outras pessoas, no que se refere tanto às idéias quanto aos modos de falar.

Situação Didática
"- Oh Sinhaninha!
- Ta chegando visita! É o cumpadi Jorgi que ta vindo ai pra vê as oveia que eu to pra vender.
- Da outra vez, ce vendeu pra ele, num foi?
- Pre ele mesmo, e ele ta sabendo que meu gado é du bão!"

Uma das primeiras questões que devemos abordar com os alunos em relação à linguagem falada é por que temos que escrever corretamente se conseguimos entender o texto?Assim discutiremos a questão da convenção da escrita em relação à linguagem falada.

Dessa forma, sugerimos que o professor conte um pouco sobre o filme e convide os alunos a assistirem estabelecendo como foco da discussão que se sucederá o linguajar dos personagens.

O eixo central da discussão pode ser o reconhecimento das variedades lingüísticas do português falado, respeitando a diversidade.

Quando se propõe um foco em relação a um filme, o professor em sua estratégia leva os alunos a apurarem o olhar em relação a um determinado aspecto. Há múltiplos aspectos e interpretações, dessa forma um campo vasto a ser explorado intencionalmente pelo professor dependendo de seu objetivo.

Os alunos podem assistir ao filme e o professor conduz o debate. Como é a fala dos personagens? É parecida com a nossa? O que há de diferente? Levando os alunos a construírem a idéia de linguagem falada. Será que escrevemos as palavras assim como falamos? Pedir exemplos aos alunos.

O professor neste momento pode passar um trecho pequeno do filme e pedir para os alunos transcreverem. Para respeitar o ritmo dos alunos, o professor pode usar os recursos do aparelho de DVD de pausa e retorno até que todos os alunos possam escrever.

Em seqüência o professor pede para que os alunos sentem-se em grupos e comparem suas escritas. 0 trabalho em grupo promove a construção de um trabalho pautado em atitudes de compromisso e responsabilidade para com os demais. Faz-se necessário conduzir o trabalho para que o aluno possa se auto-avaliar a respeito de sua postura no grupo. O professor pode fornecer dicas e feedbacks para auxiliar os alunos nessa organização de trabalho em conjunto. É possível construir as regras junto à sala e retomá-las sempre que necessário.

Dividir as tarefas entre os alunos costuma auxiliar na estruturação do desenvolvimento da tarefa. Por exemplo, um elenca as palavras que estão escritas de forma diferente, outro organiza as palavras que apresentam a mesma grafia outro pode expressar a fala do grupo em relação à justificativa das escritas e assim por diante.


Dando continuidade as atividades, o professor pode propor diferentes situações comunicativas.

Ele poderia entregar para o trio diferentes desafios e também o texto do filme (o site disponibiliza o download) para que o aluno escolha algum dos diálogos do filme para fazer a transcrição.


Comentários
Sugestões de situações comunicativas:

TRANSFORMAR O DIÁLOGO EM:
 Uma carta de negócios
 Uma conversa entre dois representantes de uma grande empresa comercial
 Um diálogo entre dois gaúchos
 Um anúncio de jornal.
 Uma piada.
 Uma conversa pela internet.
 Um e-mail

O professor pode sortear as situações comunicativas e será interessante ter mais de um trio, para comparação do resultado dos trabalhos na socialização das tarefas.

Após as apresentações levantar com os alunos as diferenças e semelhanças das situações comunicativas.

Propor um debate sobre a forma que falamos e escrevemos.

É importante levar as crianças a perceberem e entenderem a norma culta e a necessidade de padronização da língua na escrita, diferenciando-a da expressão oral.


Avaliar, se ocorrem:

As evidências de avanço em relação diferenciação entre as diferentes situações comunicativas e seu uso contextualizado.


Um pouco mais....

Para continuar a discussão sobre a forma que falamos e escrevemos, temos o internetês, uma linguagem que os jovens criaram e usam diariamente na web. Muito se tem discutido se essa forma não poderá prejudicar a Língua Portuguesa. Esse conhecimento é algo dinâmico e novo, que ainda precisaremos discutir. Os alunos têm que ser envolvidos nessa discussão, pois eles protagonizam essa nova modalidade de comunicação.

Nesse aspecto, os alunos podem trazer os próprios textos para discutirem. O professor pode apresentar uma pesquisa com principais emoticons, símbolos utilizados pelos alunos para comunicarem sentimentos e expressões e conversar sobre essa simbologia pode ainda discutir sobre como essa modalidade de comunicação pode influenciar a Língua Portuguesa


Emoticons

Combinação de letras e outros caracteres da linguagem escrita que expressa emoções e reações. É um recurso muito utilizado em e-mails, chats e listas ou grupos de discussão:

:-) sorrindo
:-( triste
:-/ indeciso
:-| incerto
-) piscadela
:-D sorriso grande

E por aí afora.

Fonte: http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.glossario_principal&letra=E&id_glossario=141

Pode-se aprofundar a discussão sobre outras línguas que utilizam os ideogramas, suas diferenças e semelhanças. É possível ainda estudar um pouco sobre a origem da linguagem, sugerindo-se para tal utilizar trechos do filme Uma Odisséia no Espaço, logo no início do filme a uma cena de luta em que os primatas não utilizam a linguagem falada, mas comunicam-se. Esse pode ser um disparador para se estudar a origem da linguagem, a formação dos códigos, etc.

Estimular toda essa pesquisa e estabelecer relações com a linguagem utilizada no cotidiano dos alunos, ampliando as possibilidades, com certeza, pode tornar suas aulas mais interessantes e significativas.


Pedagogo Autor do Plano de Aula
Cecília Oliveira Prado


Formação: Mestrado em Educação: História, Política, Sociedade. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil. Especialização em Tecnologias Interativas Aplicadas a Educação. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil.Graduação em Pedagogia. UMESP, Brasil.
Atividades Profissionais: Professora no curso de Pedagogia. Disciplinas: Metodologia e Pratica da Língua Portuguesa, Metodologia e Prática da Alfabetização, Linguagem e Literatura Infantil e Práticas, Estágio Supervisionado: Ensino Fundamental. Gestora Escolar em escola da rede pública municipal
Publicações: PRADO, Cecilia de Oliveira . A escola publica e o recebimento de recurso. São Paulo: Psicopedagogia Online, 2005.
Nível: Ensino Superior
Instituição: UNIMES | | SP