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Os "prazeres" de um artista


Plano de Aula do Filme Heitor dos Prazeres | Documentário | De Antônio Carlos da Fontoura | 1965 | 14 min | RJ


A história de vida de Heitor dos Prazeres é contada por ele num ambiente de aconchego e muitas lembranças: seu atelier. O artista consegue mostrar suas três artes: composição, canção e pintura, ao retratar, através de cada uma delas, seu povo, sua gente, seu lugar, relatando a importância do povo e da terra de origem para o artista popular.
Conta a importância de seu nome em sua vida e, na sua biografia (indicada em anexo), percebe-se que para seu pai era importante ter um filho que perpetuasse o sobrenome, assim como para ele também foi (perpetuando em seu filho não só nome, como sobrenome).
A riqueza da pintura para o artista é retratada através de seu significado: "lembro de coisas de minha infância e de minha adolescência". Diz pintar tudo que viu, fez e viveu, enfim, tudo que existia em seu entorno.
Relembra sua infância, seu colégio, sua cartilha e diz da paixão pela ilustração da cartilha. Já que tinha dificuldades para ler, resolveu colorir as ilustrações e aprender a desenhá-las, visto que eram "suas paixões".
A vida de "prazeres" regada de muita música e dança foi justamente o que o fez questionar sua qualidade de artista ao comercializar suas obras, dizendo que pintava por inspiração e ficava triste ao ver suas "inspirações" se transformarem em "mercadoria", pois, ao passo em que criava, vinha uma pessoa e solicitava uma pintura igual... Assim foi seguindo, consolidando-se como um artista "sofrido" por viver de sua criação.
Na verdade Heitor dos Prazeres foi muita coisa antes de se consolidar artista, mas principalmente vitorioso e "pioneiro em todas as atividades às quais se dedicou". Sequer sabia ele que sua obra (desde suas criações musicais às plásticas) teria o lugar de destaque que hoje ocupa em nossa história cultural.




Objetivos
o Compreender o desenvolvimento da vida humana como processo dinâmico
o Discutir sobre a importância do nome de cada um
o Planejar uma entrevista com os artistas da comunidade escolar, tecendo um fio condutor para se pensar consumo e trabalho
o Discutir sobre a reciprocidade entre ócio e negócio: a importância do ócio para os momentos de negócio (quando se nega o ócio), bem como deste para a existência daquele
o Identificar a diversidade existente nas relações de trabalho, suas transformações e permanências ao longo do processo histórico humano.

Situação Didática
Fases do trabalho:

1. Apresentação do curta "Heitor dos Prazeres"
2. Roda de Conversa sobre as circunstâncias de seu nascimento e vida, notadamente sobre as "passagens" de sua biografia expostas no anexo 1
3. Momento da FRUIÇÃO: apreciação da Galeria de Arte de seu site ou das quatro obras aqui sugeridas, para refletir o motivo pelo qual era considerado "o pintor dos morros cariocas", das serestas, dos carnavais e "dos prazeres" (veja anexo 2)
4. Momento de Criação: para que expressem individualmente seus "ambientes" em construções artísticas ou desenhos
5. Audição e animação da música "Pierrô Apaixonado" (veja anexo 3)
6. Acessar o site oficial do artista para conhecer suas "Três Artes"
7. Roda da descoberta: socialização das descobertas e criações de cada um e comentários/orientações da professora.


Comentários
Bibliografia e Webgrafia consultada e sugerida:

1. BIOGRAFIA DE HEITOR DOS PRAZERES: http://www.heitordosprazeres.com.br/
2. Crédito das imagens: abaixo de cada tela há o link de sua fonte.
3. Música - Pierrô Apaixonado - áudio (Maria Betânia) e letra (Noel Rosa e Heitor dos Prazeres) em: http://cifrantiga3.blogspot.com/2006/04/pierr-apaixonado.html
4. Musicografia: http://cifrantiga3.blogspot.com/2006/03/heitor-dos-prazeres.html


Anexo 1

Biografia de Heitor dos Prazeres

Heitor dos Prazeres nasceu no dia 23 de setembro de 1898, uma década após a abolição da escravatura (...) seu ouvido musical foi provocado pela arte de seu pai ao clarinete (...) seu tio Hilário Jovino (Lalu de Ouro), entusiasmado com a vocação musical de Lino, deu-lhe o primeiro cavaquinho (...) Heitor engraxate, Prazeres jornaleiro e Lino ajudante de marceneiro e lustrador de móveis, todos esses personagens dentro de um corpo negro, franzino e arisco, com gingado de capoeira, na fase dos seus 12 anos, deram força ao mano Heitor do Cavaquinho (...) em 1936, surgiu uma nova maneira de se expressar artisticamente. O compositor descobriu o pintor ao ilustrar, através de um desenho colorido, sua mais nova criação musical: O Pierrot apaixonado. (...) Em 1937 começou a se projetar como pintor, participando de exposições, sempre incentivado pelos amigos. Começava assim a dupla atividade de sambista e pintor. (...) Dos Prazeres - talvez por influência do sobrenome -, além do prazer pela arte da música, da dança e da pintura, cultivava o grande prazer de estar sempre rodeado de belas mulheres, tratadas carinhosamente de "minhas cabrochas", geralmente mais de dez moças que ele treinava para dançar e cantar com seus músicos e ritmistas e que o acompanhavam em suas excursões. (...) Em 1943 (...) Heitor dos Prazeres passa a (...) participar de exposições de pinturas pelo Brasil e o exterior. Uma delas foi a exposição da RAF em benefício das vítimas da 2ª guerra, na qual apresentou sua tela Festa de São João, indicada pelo amigo e admirador Augusto Rodrigues, também participante da coletiva, que reunia artistas de vários países. O quadro do mestre Heitor foi adquirido pela então princesa Elizabeth, em Londres. Com isso a fama do pintor cresce e no mesmo ano é convidado a expor individualmente no diretório acadêmico da Escola de Belas Artes, em Belo Horizonte. Sua participação na "PRIMEIRA BIENAL DE ARTE MODERNA", em São Paulo teve o incentivo do amigo, jornalista e crítico de artes Carlos Cavalcante a participar desse evento de arte de repercussão internacional, que reuniu, em 1951, artistas de várias expressões do Brasil e do mundo, proporcionando uma grande alegria na sua carreira com a contemplação do terceiro prêmio para artistas nacionais através do quadro intitulado Moenda, que até hoje faz parte do acervo do museu.

(Fonte: Biografia, em http://www.heitordosprazeres.com.br/)


Anexo 2

Sugestão de telas a serem utilizadas no momento de fruição:

Tela 1
Fonte: http://www.heitordosprazeres.com.br/hp/imagens/qhp11.jpg

Tela 2 Fonte: http://www.heitordosprazeres.com.br/hp/imagens/qhp12.jpg


Anexo 3

Pierrô Apaixonado (marcha/carnaval, 1936) - Noel Rosa e Heitor dos Prazeres

Um Pierrô apaixonado Que vivia só cantando
Por causa de uma Colombina,
Acabou chorando, acabou chorando

A Colombina entrou no botequim,
Bebeu....bebeu....saiu assim.... assim...
Dizendo: - Pierrô cacete, vai tomar sorvete
Com o Arlequim

Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o Pierrô aconteceu assim....
Levando este grande shoot
Foi tomar vermuth
Com amendoim !

Pedagogo Autor do Plano de Aula
Marilene Lima


Formação: Mestre em Educação: História, Política, Sociedade, pela PUC/SP (1999-2001) tendo desenvolvido pesquisa sobre a História dos Métodos de Alfabetização em São Paulo.Psicóloga, formada pela UMESP (1991-1997).
Atividades Profissionais: Coordenadora do Programa Edukaleidos: Educação para o bem-estar [http://www.edukaleidos.pro.br]. Docente na Pós-Graduação da UNISA nos cursos de Psicopedagogia Clínica e Institucional (Lato Sensu)e MBA Executivo em Gestão de Pessoas (Unisa Business School).
Publicações: Últimas publicações: Entrevista concedida à jornalista Thais Gurgel, do Caderno Especial: Educação Infantil, da Revista Nova Escola, "Conhecimento de Mundo na Educação Infantil", publicação prevista para março/2007; Artigo no site Pró-Fala (http://www.profala.com/artpsico41.htm - Portugal) Educação, Psicanálise e Cultura
Nível: Ensino Superior
Instituição: UNISA | São Paulo | SP