Estávamos estudando a Ditadura Militar no Brasil de forma geral quando abordamos a repressão. Neste momento os alunos mostraram-se muito interessados e queriam saber o "porquê os cidadãos brasileiros aceitavam a tortura e os mecanismos de repressão". Então, resolvi trabalhar fragmentos do livro "História da vida privada no Brasil" de Lília Moritz Schwarcz sobre a situação da classe média grande beneficiária do Milagre Econômico, e a propaganda da época que enaltecia o governo e cooptava as classes populares. Exemplo: "ninguém segura este país". Neste momento perceberam que as pessoas não aceitavam a repressão.
Perceberam que havia oposição, principalmente através da cultura.
Vimos que Chico Buarque manifestava seu descontentamento com a falta de liberdade de expressão em suas letras com mensagens subliminares. Ouvimos algumas músicas. Mas a oposição, também era feita de outras formas.
Lembrei-me do vídeo Curta na Escola "Cartas da mãe". Uma crônica sobre o Brasil dos últimos anos contado através das cartas que Henfil escreveu à sua mãe, Dona Maria. Pesquisamos a biografia de Henfil, analisamos seus cartoons (capitão Zeferino e Graúna), descobriram que Henfil era irmão de Herbert de Sousa o "Betinho" e, só então, assistimos ao vídeo e anotaram as principais informações.
Em seguida fizemos um círculo e discutimos as mensagens subliminares embutidas nas cartas que Henfil havia escrito para a mãe.